Estava eu caminhando no centro de Cuiabá com a necessidade de pagar uma conta e estar na ponto do ônibus quase que instantaneamente, fiz das tripas coração, mas consegui. Dentro do ônibus foi aquela coisa de sempre, muita gente, algum cara batendo boca com o motorista, criança chorando... Mas eu estava feliz, com minha correria tinha conseguido pegar um ônibus antes e evitei esperar mais 45 minutos no ponto, tempo esse que teria sido ganho se não fosse o fato do dito cujo quebrar no meio do caminho e nos fazer esperar por um ônibus auxiliar.
Com o ônibus quebrado, descemos todos para aguardar o substituto, eu fiquei mais afastado visto que não estava com ninguém , o único cara que ficou perto de mim foi um indivíduo com uma barba estranha e que usava uma bota toda “acowboyzada”. E este definitivamente foi mais um daqueles momentos bizarros da vida,durante o tempo que estivemos ali o cara a todo momento batia a bota no chão falava algo e depois batia uma mão na outra, em seguida olhava para o horizonte com um olhar cheio de ódio.
Não entendi muito bem da onde vinha um raiva tão concentrada, mas achei interessante a forma de canaliza-la.
Quando o outro ônibus chegou todos começaram a correr em direção as portas, eu não fiz muita questão, pois sempre há alguém mais velho, com uma criança no colo, ou simplesmente uma mulher em pé pra quem ceder o lugar. E foi justamente nesta curta caminhada até a porta que me ocorreu como o feminismo é injusto!
O feminismo é um ideal torno, somente elas lucram com isso. Cobram-nos tudo que dávamos e tudo que de fato conquistaram por direito, mas não abrem mão das mordomias sociais, sentimentais e ligadas ao relacionamento que tinham, e não acham parte da evolução retribuírem, lógico por que convém.
Querem flores no aniversário, um homem que trabalhe, ajude com as crianças, saiba cozinhar e ainda por cima consiga consertar o disjuntor que queimou.
Oras! Que aniversário seu ela lembrou de além de dar o presente te dar flores?
Eu gosto de flores e não acharia nenhum inconveniente recebê-las!
Outra coisa, o feminismo trouxe evolução e igualdade, então cadê as músicas com nomes de homens?em?
Por que só músicas com nome de mulheres? Nós não merecemos? Por que sempre que tem música com nome de homem é por que ele sacaneou alguém?
Já imaginaram como seria lindo?
“Quem te vê passar assim por mim não sabe o que é sofrer... ... o Pedro augusto oooo oo...”
O Pedro ficaria Feliz!
Ou então:
“Teu lábios são labirintos, Cleosvaldo! Que atraem os meus instintos mais sacanas...”
Ou você acha que Seu Cleosvaldo não iria gostar em Dona Esposa do seu Cleosvaldo?
Bom, eu fico por aqui. Tenho que ir, Arnesto me convidou pra um samba, ele morar no Bras, não posso da furo que o cara é responsa.
Abraços!
Crônicas Eletrônicas
E impressionante como escrever essa bobagens engraçadinhas me faz bem. Decidi começar a postar neste blog, já fiz em outros, mas aqui serão apenas crônicas. É simples,bem simples, mesmo por que nem eu nem os textos somos sofisticados, é diversão. O objetivo é concentrar as crônicas neste blog com intuito de criar um arquivo pessoal e é claro disponibiliza-las para leitura. Divirtam-se! (ou não)
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
sábado, 11 de dezembro de 2010
O apostador político
Pedro era um cidadão pacato, no auge de seus 62 anos era filiado ao PSCIR (Partido Socialista Comunista ítalo russo), já havia cogitado uma afiliação ao PMC (Partido Menos Comunista), mas em uma ultima reavaliação achou melhor não: “Piff! Malditos Neoliberais”.
Tinha uma esposa, Joana era uma mulher conservada, dez anos mais Jovem. O casal teve apenas uma filha chamada Janine.
Todo dia Pedro se levantava escovava os dentes e ia para pracinha jogar xadrez e discutir política. O país que passava por períodos conturbados e mais ainda o presidente que mais viajava do que trabalhava eram os alvos preferidos das discutições, o que irritava Pedro visto que se simpatizava, bom, na verdade era um fervoroso defensor do presidente.
Juraci, parceiro de Xadrez de seu Pedro, ao contrário do companheiro não via com tão bons olhos o governante mor e um dia em uma discussão sobre, dentre outras coisas, o salário mínimo, proferiu a famigerada e até hoje lembrada frase “presidente vagabundo, o mínimo que é bom não sobe”, ambos se exaltaram:
- Claro que sobe rapaz!
- Sobe como? Esse cara só quer saber de passear!
- Claro que sobe! Ele já anunciou.
- Anunciou quando? Eu não vi.
- Anunciou no radio...
E quando a discussão já partia para horizontes distantes o confiante Juraci propôs “fazemos assim, se o salário mínimo subir até o fim do ano eu deixo você dormir com minha mulher.”
Pedro mais que depressa retrucou “Mas e se não subir?”
-Bom, se não subir a situação se inverte né.
- Você dorme com Joana? não posso fazer isso.
- Tudo bem, vejo no que acreditas.
Foi então, que depois de muito tempo de mesmice e certeza Pedro se viu diante de uma encruzilhada, escolher entre a esposa companheira de muitos anos e seu presidente. Fez o que qualquer homem faria.
- fechado então!
Quando veio janeiro o aumento não veio e o prazo se esvaiu, seu Pedro perdeu a mulher, que claro não aceitou dormir com Juraci , mas também não aceitou morar ao lado do apostador político.
Hoje seu Pedro mora sozinho, Janine a filha se casou e as vezes o visita, o proibiu de apostar o neto em qualquer aposta política.
O presidente foi reeleito, o salário mínimo nunca subiu, mas seu Pedro sabe que é pelo bem da nação.
Tinha uma esposa, Joana era uma mulher conservada, dez anos mais Jovem. O casal teve apenas uma filha chamada Janine.
Todo dia Pedro se levantava escovava os dentes e ia para pracinha jogar xadrez e discutir política. O país que passava por períodos conturbados e mais ainda o presidente que mais viajava do que trabalhava eram os alvos preferidos das discutições, o que irritava Pedro visto que se simpatizava, bom, na verdade era um fervoroso defensor do presidente.
Juraci, parceiro de Xadrez de seu Pedro, ao contrário do companheiro não via com tão bons olhos o governante mor e um dia em uma discussão sobre, dentre outras coisas, o salário mínimo, proferiu a famigerada e até hoje lembrada frase “presidente vagabundo, o mínimo que é bom não sobe”, ambos se exaltaram:
- Claro que sobe rapaz!
- Sobe como? Esse cara só quer saber de passear!
- Claro que sobe! Ele já anunciou.
- Anunciou quando? Eu não vi.
- Anunciou no radio...
E quando a discussão já partia para horizontes distantes o confiante Juraci propôs “fazemos assim, se o salário mínimo subir até o fim do ano eu deixo você dormir com minha mulher.”
Pedro mais que depressa retrucou “Mas e se não subir?”
-Bom, se não subir a situação se inverte né.
- Você dorme com Joana? não posso fazer isso.
- Tudo bem, vejo no que acreditas.
Foi então, que depois de muito tempo de mesmice e certeza Pedro se viu diante de uma encruzilhada, escolher entre a esposa companheira de muitos anos e seu presidente. Fez o que qualquer homem faria.
- fechado então!
Quando veio janeiro o aumento não veio e o prazo se esvaiu, seu Pedro perdeu a mulher, que claro não aceitou dormir com Juraci , mas também não aceitou morar ao lado do apostador político.
Hoje seu Pedro mora sozinho, Janine a filha se casou e as vezes o visita, o proibiu de apostar o neto em qualquer aposta política.
O presidente foi reeleito, o salário mínimo nunca subiu, mas seu Pedro sabe que é pelo bem da nação.
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
Moto táxi
Certa vez necessitado de um documento, tive que ir a uma cidade onde houvesse a possibilidade do pedido e emissão do mesmo.
Nós, quando nos encontramos em situações extremas fazemos coisas cujo quais já tínhamos nos prometido não fazer. Chegando atrasado à rodoviária, minha única chance era chegar ao ultimo ponto no fim da cidade antes do ônibus, que já havia deixado a estação.
Noutra vez, em outra passagem pelo mesmo lugar (Visto que Cuiabá e Várzea Grande são uma coisa só), após ter quase infartado na garupa de Sandro arquiteto e engenheiro da mente - na época moto taxista e não pai da arquitetura e engenharia mental - prometi a mim mesmo nunca mais andar de moto táxi em Cuiabá. Porém, como já disse, em situações extremas medidas extremas.
Decidi pegar um (ou uma?) moto táxi e ver se conseguia chegar ao ponto, nos primeiros duzentos metros já senti que me arrependeria.
Por vezes vi minha vida passar em filme, desde o nascimento, passando pelas glórias como o dia que comi oito cachorro quentes e o dia em que cocei minha orelha com o pé - essa é meu pai é quem conta -, até o fatídico momento. O ápice do medo, agonia e tortura se deu no momento em que em nossa frente uma camionete e um furgão se afunilavam, eu a priori respirei aliviado, “agora terá que reduzir”, no entanto, foi quando vi o ponteiro buscar o fim do medidor e ouvi uma expressão abafada pelo capacete do indivíduo, “eu acho que dá!”.
Valha-me qualquer santo!
Eu fechei os olhos! Acho que me encontrava naquele tipo de situação que poderia ser classificada como “cortando prego” ou “não passando nem uma agulha”.
Mas conseguimos! Quando abri os olhos, e tudo o que me ocorria era mandar aquele digníssimo filho de uma meretriz parar, avistei o ônibus.
A esperança de atingir meu objetivo afogou meu medo. Passamos pelo Ônibus, já muito próximos do ponto e com medo de não ter parada programada, me virei para trás tanto quanto pude e comecei acenar para o motorista que no próximo ponto haveria passageiro.
Quando tive a certeza que tinha entendido e me virei para frente novamente, dei de cara com o moto taxista, virado para trás e acenando também, com a moto a uns 90 KM/h.
Fui tomado de um misto de medo e raiva. Foi quando dei um tapa na cabeça dele e disse “Olha pra frente rapaz!”
Alcançamos o ônibus, quando desci da moto e perguntei o preço ele disse: “ah! Da uns vinte e cinco ai...”
Me senti pagando um matador de aluguel.
Mas tudo bem, tirei o bendito do documento e não usei depois.
Nós, quando nos encontramos em situações extremas fazemos coisas cujo quais já tínhamos nos prometido não fazer. Chegando atrasado à rodoviária, minha única chance era chegar ao ultimo ponto no fim da cidade antes do ônibus, que já havia deixado a estação.
Noutra vez, em outra passagem pelo mesmo lugar (Visto que Cuiabá e Várzea Grande são uma coisa só), após ter quase infartado na garupa de Sandro arquiteto e engenheiro da mente - na época moto taxista e não pai da arquitetura e engenharia mental - prometi a mim mesmo nunca mais andar de moto táxi em Cuiabá. Porém, como já disse, em situações extremas medidas extremas.
Decidi pegar um (ou uma?) moto táxi e ver se conseguia chegar ao ponto, nos primeiros duzentos metros já senti que me arrependeria.
Por vezes vi minha vida passar em filme, desde o nascimento, passando pelas glórias como o dia que comi oito cachorro quentes e o dia em que cocei minha orelha com o pé - essa é meu pai é quem conta -, até o fatídico momento. O ápice do medo, agonia e tortura se deu no momento em que em nossa frente uma camionete e um furgão se afunilavam, eu a priori respirei aliviado, “agora terá que reduzir”, no entanto, foi quando vi o ponteiro buscar o fim do medidor e ouvi uma expressão abafada pelo capacete do indivíduo, “eu acho que dá!”.
Valha-me qualquer santo!
Eu fechei os olhos! Acho que me encontrava naquele tipo de situação que poderia ser classificada como “cortando prego” ou “não passando nem uma agulha”.
Mas conseguimos! Quando abri os olhos, e tudo o que me ocorria era mandar aquele digníssimo filho de uma meretriz parar, avistei o ônibus.
A esperança de atingir meu objetivo afogou meu medo. Passamos pelo Ônibus, já muito próximos do ponto e com medo de não ter parada programada, me virei para trás tanto quanto pude e comecei acenar para o motorista que no próximo ponto haveria passageiro.
Quando tive a certeza que tinha entendido e me virei para frente novamente, dei de cara com o moto taxista, virado para trás e acenando também, com a moto a uns 90 KM/h.
Fui tomado de um misto de medo e raiva. Foi quando dei um tapa na cabeça dele e disse “Olha pra frente rapaz!”
Alcançamos o ônibus, quando desci da moto e perguntei o preço ele disse: “ah! Da uns vinte e cinco ai...”
Me senti pagando um matador de aluguel.
Mas tudo bem, tirei o bendito do documento e não usei depois.
Ser um macho de respeito!
Ser um macho de respeito!
Algo cada vez mais difícil. As mulheres com sua libertação elevaram a uma potência enésima sua complexidade, nós com nossa inteligência interpessoal comprovadamente menor, vivemos a ver navios.
Outro dia assistindo um programa intitulado “raciocínios de um macho de respeito”, apresentado por um desses caras bonitões que recebem para interpretar situações e vivências cotidianas, com as quais nós, homens cotidianos temos total intimidade, porém ele com certeza não.
Vi algo sobre o “choro de mulher”, o poder desse artifício, como elas usam e especialmente como elas usam contra nós.
Também deu uma lição de como usar o choro feminino a nosso favor: “nada melhor do que consolar um choro feminino causado por outro homem.”
Genial! Verdadeiro! E até mesmo óbvio.
O vilão já é o outro, se aproveita o momento pra ser o mocinho.
Pois bem, numa dessas pequenas viagens repentinas as quais tenho me submetido, vinha eu voltando de uma cidade situada na fronteira sul do estado de Mato Grosso - onde ao contrário da fronteira nordeste (onde as pessoas pensam serem goianas desde o fuso horário) ninguém se acha sul Mato-grossense – quando parado em uma rodoviária, de dentro do ônibus avistei uma moça muitíssimo graciosa aos prantos.
Pensei comigo “há há! Me dei bem, o rapaizão enganou ela, agora eu consolo”.
Abri a janela do ônibus lancei um olhar 171 – o 43 não tinha no estoque – e mandei: “E ai gatinha, por que uma mulher tão bonita chora tanto assim?”
“É que minha mãe MORREEEEEEEEEEUU, HUUUUUUUAAAAAA”
Dei os pêsames, fechei a janela (e a cortina) e nunca senti tanto prazer em sair de um lugar.
Algo cada vez mais difícil. As mulheres com sua libertação elevaram a uma potência enésima sua complexidade, nós com nossa inteligência interpessoal comprovadamente menor, vivemos a ver navios.
Outro dia assistindo um programa intitulado “raciocínios de um macho de respeito”, apresentado por um desses caras bonitões que recebem para interpretar situações e vivências cotidianas, com as quais nós, homens cotidianos temos total intimidade, porém ele com certeza não.
Vi algo sobre o “choro de mulher”, o poder desse artifício, como elas usam e especialmente como elas usam contra nós.
Também deu uma lição de como usar o choro feminino a nosso favor: “nada melhor do que consolar um choro feminino causado por outro homem.”
Genial! Verdadeiro! E até mesmo óbvio.
O vilão já é o outro, se aproveita o momento pra ser o mocinho.
Pois bem, numa dessas pequenas viagens repentinas as quais tenho me submetido, vinha eu voltando de uma cidade situada na fronteira sul do estado de Mato Grosso - onde ao contrário da fronteira nordeste (onde as pessoas pensam serem goianas desde o fuso horário) ninguém se acha sul Mato-grossense – quando parado em uma rodoviária, de dentro do ônibus avistei uma moça muitíssimo graciosa aos prantos.
Pensei comigo “há há! Me dei bem, o rapaizão enganou ela, agora eu consolo”.
Abri a janela do ônibus lancei um olhar 171 – o 43 não tinha no estoque – e mandei: “E ai gatinha, por que uma mulher tão bonita chora tanto assim?”
“É que minha mãe MORREEEEEEEEEEUU, HUUUUUUUAAAAAA”
Dei os pêsames, fechei a janela (e a cortina) e nunca senti tanto prazer em sair de um lugar.
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